sábado, novembro 13, 2004

Hidalgo – O grande desafio


Cartaz de Ribeiro Gustavo



Hidalgo – O grande desafio

No próximo dia treze, pelas vinte e uma e trinta, no Salão Paroquial, o Cine Clube de Válega projectará o filme Hidalgo.
Depois da trilogia O Senhor dos Anéis, Viggo Mortensen regressa aos ecrãs de cinema no recente filme Hidalgo. Desta vez para interpretar o papel do famoso vencedor de corridas de cavalo de longa distância Frank T. Hopkins. A história tem base na vida real desse corredor, ainda que a escassez de elementos biográficos seja um forte indício de se estar perante um relato por demais fantasioso. Afinal de contas, o que se ouve dizer de uma pessoa que viveu entre o século XIX e o século XX, umas entrevistas a familiares de pessoas que o terão conhecido ainda em vida, não constituem elementos suficientes para que se possa fazer um documento cinematográfico de grande rigor histórico. A riqueza do filme foi gerada por isso, e com sucesso, no bem conseguido cruzamento de temas que nele se apresentam.
Frank T. Hopkins é um homem amargurado por ter abandonado as suas raízes índias, afogado no álcool por não ter impedido um massacre de uma comunidade daqueles que eram os seus, um desistente da vida. Desafiado a entrar numa corrida de 4900 Km, nos desertos árabes, autênticos oceanos de fogo, o cavaleiro resolve aceitar. A aventura começa. Conseguirá um pequeno cavalo mustang, chamado Hidalgo, vencer os portentosos animais de todo o mundo, raças especificamente apuradas durante mais de mil anos para participar na longa corrida? Conseguirá o herói chegar ao fim com o apoio de uma criança escrava e de um tratador de cabras condenado a ajudá-lo ou a ficar sem uma mão por ter roubado leite?
Em torno deste motivo central, o guionista John Fusco, consegue criar uma empolgante história com um bem sucedido cruzamento de temas. O interesse do filme alarga-se a áreas como o enraizamento étnico, o alcoolismo, o desespero, o recuperar da esperança, a persistência, a defesa de espécies em extinção, a traição, a solidariedade e a fidelidade a princípios fundamentais.
Tudo isto dá resultado a um filme interessante. Por este motivo, valerá a pena abandonar o sofá por uma noite e vir ao centro de Válega assistir a este filme.

Wilson Rodrigues
(Artigo publicado no Jornal de Válega de 09 de Novembro, 2004, nº 329).