sábado, maio 06, 2006

Mundo como visão


Habitualmente penso no mundo como um objecto, um objecto numa relação sujeito-objecto. Hoje tive uma insónia e isso fez-me pensar de um modo diferente. Não será o mundo um sujeito? Uma perspectiva? Uma visão das coisas?
Tudo se resumia a dividir a realidade em dois: o “visto” e a “visão”; a afirmar que o humano é uma visão que se vê a si mesma e o mundo um objecto da visão. Hoje estou a pôr isso em causa e a pensar no mundo como sendo, talvez, uma “visão” e não um “visto”.
Talvez enquanto visão, o mundo seja mesmo um sistema de perspectiva, um modo de ver as coisas com os seus princípios, as suas leis, os seus pensamentos comuns. Até mesmo uma maneira impessoal de ser ou, nesse modo impessoal, uma forma de não-ser.
Litografia: Hand with Reflecting Sphere de M. C. Escher.