sábado, junho 24, 2006

Klimt


“Klimt” chegou aos cinemas com John Malkovich no papel do pintor austríaco. O realizador procura fugir às biografias de narrativa linear. Daí que o filme esteja carregado de sonho, fantasia e loucura.
A não linearidade, os diálogos coloridos de absurdo, as distorções do sonho e da loucura tornam o filme por vezes demasiado confuso. O que não é muito positivo se se tiver em conta o facto de ser longo. Estes aspectos negativos podem ser contrabalançados por se ter por vezes a sensação de estar a acompanhar a visão da personagem, as suas próprias confusões e perplexidades. O filme é também favorecido por retratar uma contínua obsessão pela imagem (pintura, fotografia, filme, sombras, jogos de espelhos etc.) e ser ele próprio extremamente bom em termos de fotografia. Há cenas verdadeiramente deslumbrantes a este respeito.
Não se esconde nesta biografia o elevado número de filhos de Klimt e o célebre roubo dos seus próprios quadros depois de os ter vendido. Aparecem as virtudes recomendáveis a uma educação de rapaz de boas famílias, mas também os aspectos mais sórdidos da vida da personagem.
Wittgenstein passa pela história, não com a dimensão que lhe é própria, mas talvez na proporção que terá ocupado na vida de Kilmt, distante, no meio de uma zaragata de jovens que procura simbolizar as discussões filosóficas, o ambiente de Viena.

Pintura de Klimt, A virgem.

1 Comentários:

Anonymous Anónimo Escreveu...

Espero conseguir ir ver este filme. Fui chamada à atenção pela primeira vez aqui no teu blog e depois no jornal. Pelo que descreveste parece-me uma "história familiar"! : )

26/6/06 11:28  

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