Os deuses devem estar loucos
O Público publicou ontem um texto de que trancrevo aqui um extracto. É uma pena que o Público mantenha esta política de indisponibilidade gratuita de conteúdos on-line.
Por Kathleen Gomes:
Coisa ruim
A má fama da Coca-Cola é, portanto, quase tão antiga quanto a sua fama. Numa comédia que bateu recordes de bilheteira nos anos 80, Os Deuses Devem Estar Loucos, uma garrafa vazia de Coca-Cola caía dos céus e aterrava no deserto africano de Calaári. Um boxímane, julgando tratar-se de uma dádiva dos deuses, leva-a para junto da sua tribo, onde a garrafa irá acender a discórdia. O boxímane decide que só resta uma solução: devolver a coisa ruim às suas origens.
Não é difícil imaginar que o filme não seria possível - ou não seria o mesmo - com outra marca de refrigerante. Só podia ser a Coca-Cola, por tudo aquilo que ela simboliza: a própria América, e o seu way of life, exportados para todo o mundo (depois de ter contribuído para o esforço da Segunda Guerra Mundial enquanto bebida oficial das tropas americanas), o que lhe valeu criar bem mais anticorpos que as suas concorrentes. Na antiga União Soviética, por exemplo, era considerada a bebida "capitalista" e só foi permitida nos anos 90, enquanto a Pepsi era vendida desde os anos 70 (em troca, distribuía vodca soviética na América). O que amanhã se assinala são os 120 anos do "nascimento" de uma bebida, mas, mais do que isso, da marca número um (registada desde 1893) do planeta - e a concorrência é apertada: Microsoft, Sony, Apple... De entre todas as palavras susceptíveis de serem entendidas até na mais remota parte do mundo, "Coca-Cola" só perde o pódio para "O.K.".
Fonte:
www.publico.pt
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