Quem sou eu?
Sou os arredores de uma villa que não há, o commentario prolixo a um livro que se não escreveu. Não sou ninguem, ninguem. Não sei sentir, não sei pensar, não sei querer. Sou uma figura de romance por escrever, passando aerea, e desfeita sem ter sido, entre os sonhos de quem me não soube completar.
Fernando Pessoa, Livro do desassossego;
Fotografia “Excluído” de Marco Ricca.
Fernando Pessoa, Livro do desassossego;
Fotografia “Excluído” de Marco Ricca.
4 Comentários:
Pergunta comparável à da: "O que é a Verdade?!"...
Penso que sim. Comaparável. Talvez até mesmo o reverso da medalha. Talvez sejam perguntas inteiramente dependentes uma da outra.
Provavelmente conheces...mas lendo estes tópicos recordei:
"A verdade desmedida
No dia-a-dia de
Conta gotas
De que sou eu e não outra
A viver só esta vida.
O desejo cego que me leva
A vestir
Uma capa rota
Faz-me perder-me
Em caminhos de mim mesma
Onde me cruzo
Vezes sem fim
Sem me reconhecer.
Numa linha de horizonte
Recortada entre a terra e o mar.
E uma existência
Assim tão dividida
Cria o ser insensível
Que finge ter sentimentos
Para não ser só mais um fantasma
Sem ter mundo para assombrar."
Sim, conheço este poema, gosto muito dele. Já o tinha lido várias vezes e creio que vou continuar a visitá-lo.
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