sexta-feira, fevereiro 03, 2006

O libertino

John Wilmot, poeta e sátiro do Séc. XVII, é um libertino cínico dedicado ao álcool, às prostitutas e ao teatro numa Inglaterra decadente, com uma monarquia frágil dependente do parlamento inglês e da diplomacia francesa.
Wilmot pode ser uma mais valia da corte de Carlos II. Porém, não perde muitas oportunidades para apontar a sátira em direcção ao rei e ao país, mesmo quando é o próprio rei a encomendar-lhe os trabalhos e a despeito de todas as consequências daí advenientes.
É muito difícil ser indiferente à história e a Wilmot. Algumas pessoas abandonam a sala.
O filme transfigura-se por completo com as últimas cenas, sobretudo com o epílogo. Ganha um novo sentido.
É possível que este filme seja, quanto ao cinismo, a antítese de que Dogville é a tese. Talvez seja possível ver as duas estruturas narrativas como assimétricas.