Fragilidades da razão e da justiça
“Os factos não se apresentam sob o mesmo prisma a quem ama e a quem odeia, nem são iguais para o homem que está indignado e para o calmo, mas, ou são completamente diferentes ou diferem segundo critérios de grandeza. Por um lado, quem ama acha que o juízo que deve formular sobre quem é julgado é de não culpabilidade ou de pouca culpabilidade; por outro, quem odeia acha o contrário”.
Aristóteles, Retórica; Trad. Júnior, Manuel Alexandre; Alberto, Paulo Farmhouse; Pena, Abel do Nascimento; INCM, Lisboa, 1998. 1377b e s.
Entre as forças do amor e do ódio sobrará para a razão alguma característica mais significativa do que a “fragilidade”?
Aristóteles, Retórica; Trad. Júnior, Manuel Alexandre; Alberto, Paulo Farmhouse; Pena, Abel do Nascimento; INCM, Lisboa, 1998. 1377b e s.
Entre as forças do amor e do ódio sobrará para a razão alguma característica mais significativa do que a “fragilidade”?
A razão, as proporções e os lugares próprios parecem ficar desfocados e distorcidos por força das paixões. Em suma, supostamente as paixões reduzem a razão à desrazão, a proporção à desproporção, o lugar próprio ao impróprio.
A visão não é neutra. Possivelmente, todas estas distorções encontram na sua origem essa não indiferença do "eu por si mesmo" referida na entrada de ontem. Talvez a força das paixões e a fragilidade da razão também.
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