Saiba tudo em dez palavras
“… eu não sou um intelectual, mas poderia ser – disse o senhor Henri.
“… se por cada vez que bebi um copo de absinto nesta excelentíssima biblioteca tivesse lido um livro nas outras bibliotecas, já saberia de cor a história inteira dos Visigodos.
“… o problema é que há mais povos que cerejas, e se eu aprendo a história toda dos Visigodos, perco o tempo necessário para estudar a história dos Ostrogodos, que por acaso não existem.
“… o melhor era reunirem todos os factos e todos os acontecimentos num livro, e depois reduzirem esse livro a metade do tamanho, e assim sucessivamente, até conseguirem pôr todos os conhecimentos do mundo numa frase de dez palavras.
“… depois cada um decoraria apenas esta frase, tendo tempo, então, para se divertir a sério a beber copos de absinto, uns a seguir aos outros, como os Deuses recomendam.
“… se por cada vez que bebi um copo de absinto nesta excelentíssima biblioteca tivesse lido um livro nas outras bibliotecas, já saberia de cor a história inteira dos Visigodos.
“… o problema é que há mais povos que cerejas, e se eu aprendo a história toda dos Visigodos, perco o tempo necessário para estudar a história dos Ostrogodos, que por acaso não existem.
“… o melhor era reunirem todos os factos e todos os acontecimentos num livro, e depois reduzirem esse livro a metade do tamanho, e assim sucessivamente, até conseguirem pôr todos os conhecimentos do mundo numa frase de dez palavras.
“… depois cada um decoraria apenas esta frase, tendo tempo, então, para se divertir a sério a beber copos de absinto, uns a seguir aos outros, como os Deuses recomendam.
Gonçalo M. Tavares, O Senhor Henri; Caminho, Lisboa, 2003, p. 78.
Vincent van Gogh, Natureza morta com absinto.
2 Comentários:
Economia do saber?!
Sendo assim, como ficariam arrumadas as emoções?...quer dizer, já que falamos no saber e no intelectual? : )
conheço alguns casos em que as emoções ficam arrumadas em locais sombrios, encharcadas em naftalina.
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