Mrs. Henderson presents
Em 1937, com 69 anos Mrs. Henderson fica viúva. As rotinas próprias das senhoras da sua idade em semelhante condição − tricotar, colaborar com instituições de caridade − afiguram-se-lhe insuficientes e desadequadas. Em fuga ao tédio dedica-se a criar uma casa de espectáculos.
O produtor contratado tem a ideia de fazer sessões contínuas o que torna a casa bastante famosa. Mas a concorrência rapidamente segue as mesmas pegadas e o negócio entra em crise. Como alternativa Mrs. Henderson promove a realização de espectáculos em que entram raparigas nuas.
O problema de raiz do argumento é de natureza comercial: como ter espectadores? A solução é simples e primitiva: despem-se as actrizes. Feito isto a sala enche. Porém, o problema em torno do qual vai girar o guião é o da justificação da nudez. Para isso Mrs. Henderson recorre a todos os argumentos à sua disposição, o charme, ligeiras doses de sedução, obstinação, sensibilização à abertura das mentalidades e depois o argumento, o argumento do filme: a nudez em cima de um palco é arte. A burguesia inglesa aceita bem a nudez nos quadros de um museu, por que motivo não haveria de a permitir em palco?
A segunda guerra mundial tem início. O teatro é procurado diariamente por centenas de soldados prestes a ir para as trincheiras. O poder político procura encerrar a sala por alegados motivos de segurança, mas funcionando na verdade em regime de hipócrita brigada dos bons costumes. Acontece o clímax do filme. Mrs. Henderson convence quase toda a gente de que a sala deve ficar aberta para que os jovens militares, antes da partida para a guerra, possam sentir a alegria de ver uma mulher nua, não num postal francês, mas num palco inglês. E tudo fica bem, quando tudo acaba bem.
De notar apenas que ao longo de todo o filme não se assiste a uma única cena de bom gosto em cima do palco. A nudez assim apresentada não é arte, é kitsch. As citações a Botticelli fazem parte do carácter cómico do filme. Porém, a referência ao quadro de Delacroix no contexto do filme é um retrato fidedigno da psicologia de massas e, sobretudo, daquilo que as conduz.
O produtor contratado tem a ideia de fazer sessões contínuas o que torna a casa bastante famosa. Mas a concorrência rapidamente segue as mesmas pegadas e o negócio entra em crise. Como alternativa Mrs. Henderson promove a realização de espectáculos em que entram raparigas nuas.
O problema de raiz do argumento é de natureza comercial: como ter espectadores? A solução é simples e primitiva: despem-se as actrizes. Feito isto a sala enche. Porém, o problema em torno do qual vai girar o guião é o da justificação da nudez. Para isso Mrs. Henderson recorre a todos os argumentos à sua disposição, o charme, ligeiras doses de sedução, obstinação, sensibilização à abertura das mentalidades e depois o argumento, o argumento do filme: a nudez em cima de um palco é arte. A burguesia inglesa aceita bem a nudez nos quadros de um museu, por que motivo não haveria de a permitir em palco?
A segunda guerra mundial tem início. O teatro é procurado diariamente por centenas de soldados prestes a ir para as trincheiras. O poder político procura encerrar a sala por alegados motivos de segurança, mas funcionando na verdade em regime de hipócrita brigada dos bons costumes. Acontece o clímax do filme. Mrs. Henderson convence quase toda a gente de que a sala deve ficar aberta para que os jovens militares, antes da partida para a guerra, possam sentir a alegria de ver uma mulher nua, não num postal francês, mas num palco inglês. E tudo fica bem, quando tudo acaba bem.
De notar apenas que ao longo de todo o filme não se assiste a uma única cena de bom gosto em cima do palco. A nudez assim apresentada não é arte, é kitsch. As citações a Botticelli fazem parte do carácter cómico do filme. Porém, a referência ao quadro de Delacroix no contexto do filme é um retrato fidedigno da psicologia de massas e, sobretudo, daquilo que as conduz.
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