Instinto Fatal 2 e Hannibal
Catherine Trammell escreve histórias sobre instintos básicos, sedução, sexo e violência. As fronteiras entre a ficção dos seus livros e a realidade à sua volta são enigmaticamente esbatidas. Onde começa a realidade e acaba a ficção? O dilema não seria perigoso se não estivessem em causa crimes de vida ou morte.
A história envolve a relação de Trammell com a polícia londrina, um psiquiatra ambicioso, o mundo universitário e o sub-mundo do crime.
Esta sequela é, em minha opinião, a vários níveis comparável a Hannibal. Gostei mais da sequela do que do Silêncio dos Inocentes. Quero rever a breve prazo o primeiro Instinto Fatal, mas estou convencido de que vou gostar mais do segundo do que primeiro.
Ambas as personagens são psicologicamente muito fora do vulgar, extremamente inteligentes e manipuladoras. Assumem o controlo das situações e caminham seguros na margem do abismo. São personagens diabolicamente inteligentes, cultas e requintadas. O que lhes dá um enorme poder de sedução. Hannibal Lecter é, porém, muito mais disciplinado.
Lecter era melómano e apreciava bastante o som da Orquestra Filarmónica de Baltimore. Reagiu com indignação à contratação corrupta de um mau flautista. Cozinhou-o e serviu-o ao quadro de directores responsável. Trammel não tem este sentido de justiça tão elevado. Actua por motivos mais fúteis. Quando gosta muito de um homem − coisa que lhe acontece com muitos homens − mata-o apenas para garantir que não o esquece. Bom, estava a brincar. Entre a justiça de um e os cuidados mnemónicos do outro venha o diabo e escolha.
Ambas as personagens são terrivelmente más, no entanto, geram uma estranha forma de simpatia. O prazer de ver o filme continuar, de assistir a jogadas psicológicas cada vez mais geniais, a manipulações cada vez mais refinadas, o desenrolar da história leva-nos a desejar que estas personagens imaginárias continuem impunes. Sabemos que são perniciosas, mas a curiosidade de as ver ir mais além acende no espectador um estranho instinto de protecção. Sentimo-nos como aqueles cientistas que no Aliens querem a todo o custo, literalmente a todo o custo, proteger formas de vida que, apesar de malignas, trazem em si um qualquer grau de apurada perfeição.
A história envolve a relação de Trammell com a polícia londrina, um psiquiatra ambicioso, o mundo universitário e o sub-mundo do crime.
Esta sequela é, em minha opinião, a vários níveis comparável a Hannibal. Gostei mais da sequela do que do Silêncio dos Inocentes. Quero rever a breve prazo o primeiro Instinto Fatal, mas estou convencido de que vou gostar mais do segundo do que primeiro.
Ambas as personagens são psicologicamente muito fora do vulgar, extremamente inteligentes e manipuladoras. Assumem o controlo das situações e caminham seguros na margem do abismo. São personagens diabolicamente inteligentes, cultas e requintadas. O que lhes dá um enorme poder de sedução. Hannibal Lecter é, porém, muito mais disciplinado.
Lecter era melómano e apreciava bastante o som da Orquestra Filarmónica de Baltimore. Reagiu com indignação à contratação corrupta de um mau flautista. Cozinhou-o e serviu-o ao quadro de directores responsável. Trammel não tem este sentido de justiça tão elevado. Actua por motivos mais fúteis. Quando gosta muito de um homem − coisa que lhe acontece com muitos homens − mata-o apenas para garantir que não o esquece. Bom, estava a brincar. Entre a justiça de um e os cuidados mnemónicos do outro venha o diabo e escolha.
Ambas as personagens são terrivelmente más, no entanto, geram uma estranha forma de simpatia. O prazer de ver o filme continuar, de assistir a jogadas psicológicas cada vez mais geniais, a manipulações cada vez mais refinadas, o desenrolar da história leva-nos a desejar que estas personagens imaginárias continuem impunes. Sabemos que são perniciosas, mas a curiosidade de as ver ir mais além acende no espectador um estranho instinto de protecção. Sentimo-nos como aqueles cientistas que no Aliens querem a todo o custo, literalmente a todo o custo, proteger formas de vida que, apesar de malignas, trazem em si um qualquer grau de apurada perfeição.
1 Comentários:
E por mais que se "goste" do conceito de bondade em si...é a "maldade disfarçada de jogo psicológico" que é mais interessante, cativante e que nos desperta. Não é?
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